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Malcolm X

Malcolm X – Ativista americano que lutou pelos direitos da comunidade afro-americana.

“As únicas pessoas que realmente mudaram a história foram as que mudaram o pensamento dos homens a respeito de si mesmos.” – Malcolm X

Al Hajj Malik Al-Shabazz, mais conhecido como Malcolm X (nome de nascimento: Malcolm Little; Omaha, 19 de maio de 1925 — Nova Iorque, 21 de fevereiro de 1965), foi um dos defensores do Nacionalismo Negro nos Estados Unidos. Fundou a Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração separatista. Defensor dos direitos dos afro-americanos, conseguiu mobilizar brancos e negros na conscientização sobre os crimes cometidos contra a população afro-americana. Em 1998, Paul Gray, da revista Time, colocou a Autobiografia de Malcolm X entre os 10 livros de não ficção mais importantes do século XX.

 Importância histórica de Malcolm X

Malcolm X conduziu uma parte do movimento negro nas décadas de 50 e 60, defendendo três pontos fundamentais:

O islamismo;
A violência como método para autodefesa e;
O socialismo

Apesar da religião ter sido a porta de entrada para Malcolm X perceber todos os problemas sociais enfrentados pelos negros, pouco a pouco, ele percebeu a questão do negro não era uma questão apenas de carácter teológico, mas sim, uma questão política, econômica e civil. Foi a partir daí que os meios de comunicação exploraram suas declarações mais ácidas. Malcolm percebeu que a violência não era uma forma de barbárie, mas um meio legítimo de conquistas, pois todas as mudanças históricas se deram de maneira violenta. A violência proposta era, portanto, uma metodologia de transformação e não uma barbárie gratuita.

O socialismo de Malcolm foi consequência da evolução de seu pensamento. Após ser traído por membros da Mesquita Templo Número Dois, gradativamente percebeu que a questão do negro passava pela estrutura do capitalismo. Desta nova forma de pensar surgiu a Organização da Unidade Afro-Americana, um grupo não religioso e não sectário, focado nos problemas sociais das minorias na sociedade capitalista americana. A sua opção pela violência e pelo socialismo foi de vital importância para os rumos que os movimentos negros tomaram ao fim da década de 60, tal como os “Panteras Negras”, também partidários da violência enquanto método e do socialismo enquanto ideologia política.

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 “Quem te ensinou a odiar a si mesmo?” – Malcolm X (Legendado) 

Quem te ensinou a odiar a textura do seu cabelo? Quem te ensinou a odiar a cor da sua pele de tal forma que você passa alvejante para ficar como o homem branco? Quem te ensinou a odiar a forma do nariz e a forma dos seus lábios? Quem te ensinou a se odiar do topo da cabeça para a sola dos pés? Quem te ensinou a odiar pessoas que são como você? Quem te ensinou a odiar a raça que você pertence, tanto assim que você não quer estar entre outros como você?  (Trecho do discurso “Quem te ensinou a odiar a si mesmo?” de Malcolm X.)

 

Quem foi Malcolm X, uma das maiores influências do movimento Black Power. Ativista que defendia o nacionalismo negro nos EUA foi assassinado em 1965. Conheça sua trajetória e legado. (Revista Galileu – JUL 2020)

Nascido em Omaha no dia 19 de maio de 1925, Malcolm X foi uma figura complexa. Um dos maiores defensores do nacionalismo negro nos Estados Unidos, passou por diversas transformações ao longo da vida, entre elas a conversão ao grupo político e religioso Nação do Islã. O ativista foi assassinado em Nova York, no dia 21 de fevereiro de 1965, por membros da organização da qual fez parte. Entenda o que aconteceu e conheça melhor a vida de Malcolm X:

Infância marcada por violência
Nascido Malcolm Little, o ativista e a família foram muito perseguidos por supremacistas brancos. Após ameaças da Ku Klux Klan, mudaram de Nebraska para o Michigan, mas a violência não diminuiu, e chegaram a ter a casa queimada por supremacistas. Em 1931, quando Malcolm tinha 6 anos, seu pai morreu atropelado — embora tenha sido considerado um acidente, a família Little acredita que o atropelamento tenha sido obra de outro grupo supremacista, o Black Legion. Sem dinheiro para sustentar os 8 filhos, a mãe de Malcolm acabou internada em uma instituição de saúde mental, e Malcolm entrou no sistema de assistência social, morando com diferentes famílias.
Abandono da escola
Embora fosse bom aluno e desejasse se tornar advogado, Malcolm foi desencorajado por um professor, que teria dito que tal emprego não era realista para um negro. Ele largou a escola e começou a realizar pequenos roubos e a vender drogas, até ser preso em 1946.

Nacionalismo negro
Na prisão, Malcolm conheceu a Nação do Islã, um movimento que combinava elementos do islamismo com nacionalismo negro. Malcolm se identificou com o movimento, pois acreditava que os negros nos EUA deveriam se proteger da agressão dos brancos de todos os modos necessários —o que muitas vezes o colocou contra os ensinamentos de não violência de um líder carismático da época, Martin Luther King Jr. Na sua visão, era tolice acreditar que americanos brancos abririam mão de seus privilégios em nome da igualdade. Em sua autobiografia lançada em 1965, ele criticou a Marcha em Washington, na qual Martin Luther King Jr. proclamou seu famoso discurso “Eu Tenho Um Sonho”: “Quem já ouviu falar de revolucionários bravos cantando ‘We Shall Overcome’ enquanto dançavam de braços dados com as pessoas que eles supostamente deveriam estar se revoltando contra?”

O X da questão
Ainda na prisão (Malcolm ficou 7 anos preso antes de sair em liberdade condicional), o ativista substituiu o sobrenome Little por X, simbolizando o desconhecimento de seu sobrenome ancestral verdadeiro. Como muitos afro-americanos, as raízes de Malcolm foram apagadas pela escravidão, e ele enxergava o sobrenome como mais uma ferramenta de opressão. “Para mim, meu ‘X’ substituiu o nome branco do senhor de escravos ‘Little’, que algum demônio de olho azul chamado Little impôs aos meus pais”, escreveu em sua autobiografia.

Nação do Islã
A participação de Malcolm X na Nação do Islã contribuiu para que a organização saltasse de 500 membros para 30 mil em uma década. Mas acusações de corrupção e a descoberta de que o líder da organização, Elijah Muhammad, havia cometido adultério e assédio sexual, fizeram Malcolm X romper com a Nação do Islã. Pouco depois, em 1963, viajou para Meca, onde passou por uma transformação espiritual e se converteu ao islamismo sunita. Voltou aos EUA com um novo nome, Al Hajj Malik Al-Shabazz, fundou a Organização para a Unidade Afro-Americana, com a qual passou a defender que o racismo, e não a raça branca como um todo, era o inimigo da justiça. Ele enxergava no islamismo uma forma de superar a desunião racial.

Assassinato
As hostilidades com a antiga organização, a Nação do Islã, porém, continuaram. Durante um evento no auditório da Organização para a Unidade Afro-Americana, ele foi assassinado por membros da Nação do Islã. Malcolm X passou a ser considerado um mártir e suas ideias e discursos contribuíram para o surgimento do movimento Black Power, além de popularizar os valores de autonomia e independência entre afro-americanos nos anos 1960 e 1970.

 

(*Embora o nosso texto seja elaborado a partir de referências e fontes explicitadas abaixo, alertamos que poderá conter simplificações a fim de resumir narrativas e adequar ao espaço proposto pelo blog. Att.: Black Blog/Estrela Preta)

 

Fontes

Quem foi Malcolm X, uma das maiores influências do movimento Black Power. Revista |Galileu. JUL 2020) Disponível em <https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/noticia/2020/07/quem-foi-malcolm-x-uma-das-maiores-influencias-do-movimento-black-power.html >

Video “Quem te ensinou a odiar a si mesmo?” de Malcolm X (legendado). Canal Afro Brasileiro Disponível em  < https://www.youtube.com/watch?v=TIEJJVEaRGk&t=107s>
Malcolm X – Wikipedia -.Disponível em  < https://pt.wikipedia.org/wiki/Malcolm_X >
 

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